quinta-feira, 4 de março de 2010

DIALOGOS

Antes de iniciar a ação no Shopping Center os dois performers conversam sobre a experiência.

Clei - Lu, esse momento aqui e agora, logo antes de entrar em ação; é um momento louco né? Essa sensação é forte mesmo. A gente anda de um lado pro outro, alonga por alongar, aquece por aquecer, olha e não vê, ouve mas não escuta... Mas não vamos entrar no palco!
Que diferenca voce sente entre saber que vai entrar num palco e os espectadores vao estar ali paradinhos na sua frente e agora? Agora a gente vai se lançar, vai se colocar em estado de ação mas sem ter feito qualquer acordo com espectador algum.

Lu - A diferença e que no palco a gente quer entrar pra explodir! Nesse momento agora a gente estaria concentrando todas as nossas forças pra quando entrar no palco, entrar com tudo. A gente e muito visceral no nosso trabalho!

Clei - Sim! E agora a gente não quer entrar pra explodir, pra ter o públlico inteiro nas nossas mãos; a gente tem que entrar de mansinho, como quem não quer nada. A gente tem desaparecer pro público ao invés da chamar a atenção dele.

Lu - Dá um frio na barriga. E o risco da performance! Nosso espectador não espera ver nada e a gente leva algo pra ele resolver.

Clei - Outra coisa é a solidão. Me custa um pouco te dar uma última olhada e saber que não vamos nos comunicar durante a ação.

Lu - É verdade. No palco a gente sabe que vai ter um ao outro, que a gente pode se olhar e resolver e dizer tudo! Eu vou indo já. Vou caminhando bem lentamente.

Clei - Merda!

Lu - Merda!

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