sexta-feira, 26 de março de 2010

Salao de Beleza

Uma das perguntas que nos norteou após a pesquisa de campo do Lady & Lord foi: até que ponto aquele espaço receberia bem um casal sem nenhum poder aquisitivo?

O espaço sugere consumo de beleza, de bem estar e se paga bem por isso. Portanto, nossa ação iria confrontar diretamente a proposta daquele espaço. Uma das coisas que discutimos algumas vezes durante as pesquisas de campo, era o fato de que as ações iriam confrontar não só os espaços como também as pessoas desses espaços. No caso do Lady & Lord, trabalhadoras (es) e seus ofícios.

Permanecemos praticamente duas horas no espaço, em contato direto com aquelas profissionais, respondendo às perguntas espontâneas de forma muito rápida e tranquila, foi um ótimo exercício de improvisação (acredito que fomos muito bem). Logo após a ação surge um empasse: envolvimento da atriz com as trabalhadoras daquele lugar. Sinceramente, após um tratamento profissional de excelência, fiquei ligeiramente constrangida em declarar que tudo aquilo que elas haviam feito para aquela humilde noiva, era fictício. Sugeri imediatamente que alguém fosse falar com a Valéria e a Sussana, duas funcionárias muito atenciosas e que abraçaram a causa daquela noiva com fervor, para agradecer e/ou até se desculpar.

Mas afinal essa era a proposta, mudar o fluxo daquele lugar... desculpas por quê?

Então, apenas deixo meu singelo “obrigada” para Valéria e Sussana, que carinhosamente cuidaram dos meus cabelos e me maquiaram com tanta competência, apreço e por um preço bem razoável.

Sim, é possível que pessoas muito simples possam usufruir com dignidade de espaços abastados. Basta estar lá.

Por
Luciana Holanda



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